Sínodo dos Bispos: apresentação do relatório de Síntese

Foi apresentado o relatório de síntese da XVI Assembleia Geral do Sínodo sobre a Sinodalidade. Na conclusão são dadas a conhecer reflexões e propostas sobre temáticas como o papel das mulheres e dos leigos, o ministério dos Bispos, o sacerdócio e o diaconado, a importância dos pobres e migrantes, a missão digital, o ecumenismo e os abusos.

Depois de quatro semana de trabalho, que tiveram início a 4 de outubro, foi apresentado o relatório síntese da XVI Assembleia Geral do Sínodo. O documento, composto por mais de 40 páginas, está dividido em três partes, e pretende traçar o caminho para o trabalho que vai ser realizado na segunda sessão que vai que terá lugar, em 2024.

Os participantes deste importante momento para a Igreja sublinham a “abertura para ouvir e acompanhar todos”, para valorizar diferenças e promover um maior envolvimento dos católicos na vida da Igreja.

O relatório destaca, ainda, a “igual dignidade” de todos os membros da Igreja, defendendo uma maior participação dos leigos, em especial das mulheres. Os participantes assinalaram a persistência de atitudes de “clericalismo, machismo e uso desadequado da autoridade”, na Igreja, convidando a “um diálogo entre homens e mulheres sem subordinação, exclusão ou competição”. Ainda sobre este assunto, o documento sublinha ainda a necessidade de garantir que as mulheres “participem nos processos de tomada de decisão e assumam papéis de responsabilidade”. É assim rejeitada toda e qualquer discriminação ou exploração femininas, inclusive de consagradas, na Igreja.

Candidatos ao episcopado

Recordando os crimes de abusos sexuais de menores, que foram, recentemente, conhecidos, e praticados por membros da Igreja, os participantes do Sínodo consideram que a missão dos bispos deve ser exercida numa atitude de “corresponsabilidade”, propondo a possibilidade de confiar as tarefas judiciais a outro órgão de instituição canónica. Para além disto, a formação dos futuros padres, com a atenção à “educação afetiva e sexual” foi uma preocupação igualmente destacada. Para a assembleia o sacerdócio deve ser visto como um serviço e não como um “privilégio”.

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Foi também abordada a questão do celibato sacerdotal que, na opinião dos participantes, deve ser “aprofundado”, em especial no que diz respeito à sua obrigatoriedade como disciplina na Igreja de rito latino.

Os excluídos da Igreja e os novos influencers

Os participantes desta Assembleia Geral convidam a uma escuta “autêntica” das “pessoas que se sentem marginalizadas ou excluídas da Igreja, seja devido à sua situação conjugal, ou à sua identidade e sexualidade”.

Por outro lado, a relação da Igreja com o mundo das tecnologias de comunicação levou a uma proposta para o “reconhecimento, formação e acompanhamento” de “missionários digitais”, criando “redes colaborativas de influencers”.

A primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, composta por 365 participantes, entre eles 54 mulheres, a quem se somam, sem direito a voto, 12 representantes de outras Igrejas e comunidades cristãs (delegados fraternos), oito convidados especiais e colaboradores da Secretaria-Geral do Sínodo, ficou assim concluída com a aprovação do documento síntese. O Papa Francisco decidiu que terá lugar, em 2024, uma segunda etapa desta assembleia.

Fotografias: Vatican Media

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