Centenário Pe. Paulo Albera: Foi o seu segundo…

Agora todos sabiam quanto valia o padre Paulo Albera. Em outubro de 1881 foi enviado para Marselha como provincial das Casas de França. Ali conquistou o nome de «pequeno Dom Bosco», como o definiram os jornais de muitos admiradores da Obra Salesiana.

Nomeado, em 1892, Catequista Geral da Pia Sociedade Salesiana, em 1900 recebeu do padre Rua o encargo de visitar, como seu representante, todas as casas salesianas das duas Américas. Durante três anos, com os meios de transporte rudimentares da época e muitos incómodos, visitou todas as presenças salesianas do Novo Mundo.

De lá regressou entusiasmado: «O nome de Dom Bosco aplanou as vias, venceu os obstáculos, conquistou os corações, criou simpatias, e, porque não dizê-lo, abriu as bolsas, e delas tirou os meios com que fundar casas, oficinas, escolas, oratórios festivos, igrejas, hospitais e tudo o que concorria para a salvação de inúmeras almas. Não é um entusiasmo efémero, nem se desvanece com o tempo a doce atração e a salutar impressão que exerce sobre os corações o nome de Dom Bosco, que continua a ser pronunciado na América com veneração e reconhecimento por Prelados, por Presidentes e Ministros de Governo, por toda a classe de pessoas, por povos inteiros…».

Repetia com frequência: «Como é amado Dom Bosco! Como nos ama Maria Auxiliadora!».

O padre Albera era tão estimado que pareceu absolutamente natural elegê-lo Reitor-Mor, em 16 de agosto de 1910.

Apenas eleito, correu ao túmulo de Dom Bosco: «Lamentando-me fortemente com ele por ter deixado cair em tão míseras mãos o timão da barquinha salesiana. A ele, mais com as lágrimas do que com as palavras, expus os meus anseios, os meus temores, a minha extrema fragilidade, pedi-lhe com todo o fervor que viesse em meu auxílio. Levantei-me daquele sagrado túmulo de Valsalice, se não totalmente seguro, pelo menos mais confiante e resignado. Não seria necessário acrescentar que prometi a Dom Bosco e a Dom Rua que nada pouparia para conservar na nossa humilde Congregação o espírito e as tradições que deles aprendemos».

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O Senhor abençoou abundantemente a sua vida laboriosa, cheia de solicitudes e de boas obras. Deu-lhe a consolação de ver abençoadas as suas fadigas, no número dos salesianos que aumentou quase um milhar durante o seu Reitorado, não obstante as perturbações causadas pela guerra; no número de casas que aumentou em 193; nas novas missões abertas em África, no Congo Belga; na Ásia, na China e no Assam; na América, no Rio Negro no Brasil e no Chaco Paraguayo; no crescimento do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, que apoia com afeto; nas várias casas de formação de novo pessoal; e nos novos e florescentes oratórios festivos.

O Senhor concedeu-lhe, enfim, a graça de superar a árdua prova da guerra, de ver a Pia Sociedade retomar o ritmo normal, sempre com maior atenção à vida espiritual.

Morreu a 29 de outubro de 1921, em silêncio, discretamente como sempre. Até à recente transladação para a Basílica de Maria Auxiliadora, esteve sepultado junto de Dom Bosco e Dom Rua em Valsalice. Era justo que tivesse a tumba no local onde teve a mente e o coração.

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Fotografias: Arquivo Central e do livro do Pe. Guido Favini intitulado “P. Paolo Albera, le petit Don Bosco”

Publicado no Boletim Salesiano n.º 589 de Novembro/Dezembro de 2021

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