O Pe. Paulo Albera foi eleito Reitor-Mor pelo 11.º Capítulo Geral. A sua dedicação à formação dos Salesianos foi providencial para garantir a fidelidade carismática da jovem Congregação. Foi um dos jovens do Oratório prediletos de Dom Bosco.
Paulo Albera nasceu no dia 6 de junho de 1845, numa família de camponeses de None, aldeia nos arredores de Turim. Conheceu Dom Bosco aos 13 anos, por intermédio do pároco. Entrou no Oratório de Valdocco em 1858. A 14 de maio de 1862 tornou-se um dos 22 primeiros salesianos, fazendo os votos diante de Dom Bosco. Chamaram-lhe “pequeno Dom Bosco” pela fidelidade com que o imitou em tudo.
Sobre Dom Bosco fez emotivas descrições. “O amor de Dom Bosco por nós era algo singularmente superior a qualquer outro afeto”. “Era o seu amor que atraía, conquistava e transformava os nossos corações!” “Em cada um de nós havia a certeza de que ele era verdadeiramente homem de Deus”.
Dom Bosco reconhece nele grandes qualidades, inteligência, discernimento e bondade. Fez parte do grupo de jovens salesianos liderado pelo Pe. Miguel Rua que partiu de Valdocco para fundar a primeira casa fora de Turim, em Mirabello, Monferrato. Licenciou-se em Letras pela Universidade de Turim. Foi ordenado sacerdote a 2 de agosto de 1868. Dom Bosco pede-lhe que regresse a Turim e, uma vez mais, deposita nele uma grande responsabilidade: substituir Dom Bosco na aceitação dos rapazes no Oratório. Em 1871 encarrega-o de abrir uma nova casa em Génova e, em 1881, de dirigir as instituições salesianas em França.
Em 1892, o sexto Capítulo Geral elegeu-o, por unanimidade, para Diretor Espiritual Geral da Congregação, cargo que ocupou durante 18 anos.
Foi eleito Reitor-Mor a 16 de agosto de 1910 no 11.º Capítulo Geral. Com humildade, aceitou o cargo apesar de não se considerar à altura de suceder a Dom Bosco e ao Pe. Miguel Rua.
Nos 11 anos do seu reitorado destaca-se a forma empenhada como cuidou da formação dos Salesianos. Visita as casas de formação, cuida da preparação dos formadores, da aplicação das Constituições, dos Regulamentos e das Deliberações Capitulares, e orienta Exercícios Espirituais. Foi um mestre de vida espiritual para a Congregação.
Humilde, tímido e fisicamente delicado, mostrou grande tenacidade e confiança na Providência nas dificuldades que teve que enfrentar. Nos difíceis anos da Primeira Guerra Mundial – quando metade dos cerca de 3.000 salesianos que compunham a Congregação foram chamados para a guerra – conseguiu manter abertas todas as obras, fundar novos orfanatos e outras obras de assistência em vários países. Mobilizou Antigos Alunos, Cooperadores e beneméritos. Ao longo da vida gozou de grande popularidade.
Morreu a 29 de outubro de 1921. “Tantas obras realizadas por um homem tão parco em palavras, tão sóbrio nos gestos, tão comedido nos movimentos, quase nos surpreendem; no entanto, adquirem ainda maior valor e eficácia quando são vistas em sua raiz, que é a vida interior de piedade”, escreveu sobre ele o Beato Pe. Filipe Rinaldi.
Em 2021, a Congregação Salesiana celebra o centenário da sua morte e o Museu Casa Dom Bosco acolhe uma exposição sobre a sua vida.