A devoção de Dom Bosco: Auxiliadora de Valdocco

A devoção de Dom Bosco: Auxiliadora de Valdocco 

Materialização da devoção de São João Bosco à Virgem Maria, Auxiliadora dos Cristãos, foi a construção da Basílica de Valdocco.

Em Valdocco, Turim, a Basílica de Maria Auxiliadora recebe os peregrinos que ali acorrem anualmente aos milhares. Projetada pelo engenheiro e arquiteto Antonio Spezia, a sua construção, a cargo do mestre de obras Carlo Buzzetti, começou com a colocação da primeira pedra a 27 de abril de 1865, no dia 23 de setembro de 1866 foi fechada a cúpula maior, no ano seguinte é colocada a estátua de Nossa Senhora do escultor Camillo Boggio, e a 9 de junho de 1868 a igreja é consagrada a Maria Auxiliadora. É, de certa forma, a porta de entrada da Obra Salesiana e materialização dessa devoção.

Conhecer e fazer conhecer Maria Auxiliadora
A devoção de Dom Bosco: Auxiliadora de Valdocco

Num dossier especial publicado pela Agência de Notícias Salesiana ANS, é aprofundada a explicação da devoção de Dom Bosco, um tema tratado frequentemente, com referências a textos do antigo Reitor-Mor, Pe. Egídio Viganò, dos sacerdotes salesianos Carlos Bosia, Juan Picca, Pierluigi Cameroni, Roberto Carelli e de Patricia Treece, autora americana de diversas biografias sobre santos.

A devoção à Auxiliadora remonta ao século IV mas ganha novo ímpeto no século XIX. Em 1815 é instituída a Festa de Maria Auxiliadora no dia 24 de maio. Em 1854 é proclamado o dogma da Imaculada Conceição. As aparições da Virgem de Spoleto em 1862. Para o Pe. Egídio Viganò, existe um vínculo íntimo da devoção a Maria Auxiliadora com a missão salesiana. “Maria é a pastora dos sonhos, que projeta a exata natureza da missão salesiana e indica para quem trabalhar, confiando o campo do apostolado juvenil”, escreveu.

No livro “Da casa de Maria para nossas casas. O Evangelho da família na escola de Dom Bosco”, os padres Pierluigi Cameroni e Roberto Carelli atribuem o contexto político como fator. “Foi principalmente no clima que pairava sobre a Itália entre os anos 1848 e 1870 (tomada de Roma) que Dom Bosco desenvolveu a sua devoção à Auxiliadora. Esses foram anos marcados por eventos dramáticos que perturbaram profundamente a alma de muitos católicos: as leis anticlericais, a difusão do protestantismo, a questão romana, a ausência de bispos em muitas dioceses”, escrevem.

Dom Bosco divulga e faz conhecer a devoção. Em 1868 constrói a Basílica em Valdocco; em 1869 cria a Associação dos Devotos de Maria Auxiliadora-ADMA; ao criar um ramo feminino para a Obra Salesiana, em 1872, entregou-o à sua filiação; publica diversas obras sobre os prodígios atribuídos à invocação da Auxiliadora.

“Hic domus mea, inde gloria mea”
A devoção de Dom Bosco: Auxiliadora de Valdocco

Dom Bosco sonhou-a. “Hic domus mea, inde gloria mea”, “Esta é a minha casa, daqui a minha glória”, a frase que Dom Bosco contava ter lido no sonho profético em 1844 e em que lhe terá sido indicada a localização onde construí-la. Dom Bosco concebe-a repleta de referências. No entablamento do edifício de estilo neoclássico, a dourado, “Maria Auxilium Christianorum ora pro nobis”.

No topo do frontão, as imagens dos Santos Avventore, Solutore e Ottavio, em memória do martírio em Turim dos três soldados cristãos. Dentro dele, dois anjos levantam o escudo da Congregação Salesiana. Nos extremos, esquerdo e direito, por cima dos relógios, as figuras dos Bispos São Francisco de Sales e do primeiro Bispo de Turim, S. Máximo. Suportam a fachada quatro colunas de capitel compósito.

Na fachada, dois anjos seguram as faixas com as datas 1571 e 1815, da Batalha de Lepanto e da instituição da Solenidade da Auxiliadora dos Cristãos, cenas representadas nos dois altos relevos dos Papas Pio V e Pio VII logo abaixo. Por cima, a terminar as abóbadas das torres sineiras, as estátuas douradas dos arcanjos Miguel e Gabriel que seguram os símbolos da vitória, a bandeira e o diadema. No topo do pórtico, Jesus, sentado, no meio das crianças. E ao nível do chão, em altos relevos, as representações de dois milagres de Jesus Cristo: a cura de um rapaz surdo e mudo e a ressurreição do filho da viúva de Naim. Completam as imagens da fachada dois nichos com S. José e o Menino Jesus e São Luís Gonzaga, o jovem santo. No ponto mais alto da cúpula, a estátua dourada de Nossa Senhora da Misericórdia.

Fotografia: ANS, Salesianos de Valdocco

Publicado no Boletim Salesiano n.º 609 de maio/junho de 2025

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