Maria Auxiliadora

Foi Ela quem tudo fez!

D. Bosco foi perentório: na sua vida, tudo foi feito por Maria! É uma expressão significativa de reconhecimento face às múltiplas certezas de intervenção da Virgem Auxiliadora em si e na sua história.

Consagrado a Maria desde que nasceu, foi-lhe incutido por Mãe Margarida, nas suas orações e na sua vida quotidiana, o amor e a devoção a Nossa Senhora. Desde o sonho dos nove anos, Ela foi o centro de toda a sua vocação e ação: é Jesus que diz a Joãozinho: “Dar-te-ei a Mestra!” para crescer e se tornar sábio. A sua obra de sacerdote e fundador teve a proteção e a ajuda de Maria, a quem recorria em todas as necessidades, sobretudo quando as coisas não avançavam. Dizia-lhe: “Então vamos começar a fazer alguma coisa?”. Da simplicidade e certeza da sua piedade nasce um dos legados mais belos que deixou à Família Salesiana: a devoção a Nossa Senhora. Em 1862, Dom Bosco diz que “a Virgem quer que a honremos com o título de Auxílio dos Cristãos: os tempos em que vivemos são tão difíceis que precisamos da sua ajuda para conservar e defender a fé cristã”. Também os nossos tempos precisam da sua ajuda e a nossa fé precisa do seu auxílio. E como não? A vida de Maria é tecida a partir da Palavra de Deus, que encarnou em si como Verbo: “a Palavra de Deus é verdadeiramente a sua casa, da qual sai e entra com toda a naturalidade”; é uma mulher que ama (Deus caritas est, n.º 41). Porque Maria é a “serva do Senhor”, humilde e generosa no seu “sim original”, que sabendo da necessidade de Isabel, corre para ser auxílio, para ser palavra de encontro e confirmar o mistério em si de Jesus. Uma Mãe atenta, como em Caná, de olhar diligente para com as necessidades dos seus. Com fé e confiança, é capaz da forma certa para conseguir a intervenção de Seu Filho que, nessas bodas, se lamenta que “ainda não é a sua hora”. Uma mulher de ação, presente, na beleza e profundidade do seu silêncio, na vida de Jesus e no mistério do seu agir, da sua pregação, da sua missão. De Nazaré a Jerusalém. Quando chega “a verdadeira hora de Jesus”, no Calvário da sua cruz, Maria torna-se Mãe de toda a humanidade, e, todos nós seus filhos: “Eis aí o teu Filho; Eis a tua Mãe”. Todos ganhamos uma Mãe: “temos Mãe!”. E “quem tem Mãe tem tudo, quem não tem Mãe não tem nada”, diz, com razão, o nosso povo. Devotos de Maria, enraizados em Cristo, mostra-nos Jesus, conduz-nos a Ele. Ensina-nos a conhecê-l’O e a amá-l’O, para que também nós nos tornemos capazes de amar verdadeiramente e sejamos fontes de água-viva no meio de um mundo sedento (cfr. DGE, n.º 42). E, para nosso bem, ser sempre, Auxiliadora.

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Fotografia: Basílica de Maria Auxiliadora, Valdocco, Turim

Publicado no Boletim Salesiano n.º 603 de maio/junho de 2024

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