Meetup Digital Salesiano de Comunicação: D. Bosco, contador de histórias

Teve início, hoje, dia 17 de maio, na plataforma Zoom, o Meetup Digital Salesiano de Comunicação, que contou com a participação de mais de 60 colaboradores salesianos ligados à área da Comunicação.

O padre Rui Alberto, delegado provincial da Comunicação Social e diretor editorial das Edições Salesianas, deu as boas-vindas a todos os participantes, recordando a importância de uma boa comunicação, para que possamos transmitir informações, factos ou ideias.

A primeira sessão deste meetup: D. Bosco, contador de Histórias ficou a cargo do padre salesiano José Cordeiro que começou por afirmar que “tocamos as pessoas quando lhes contamos histórias”. Por exemplo, durante a pandemia os meios de comunicação social, passaram a recorrer às “histórias” para passar as informações que pretendiam. Quando começaram a entender que apresentar apenas os números não era suficiente, passaram a dar nomes aos números, a contar a história de cada um dos que foram visados pela pandemia, isto porque, tal como referiu José Cordeiro, “uma história vale quanto mais nos conseguir prender”. 

Usadas em Educação, Psicologia, Comunicação, conferências, publicidade, séries, filmes, livros, contar histórias, de uma forma geral, estimula a curiosidade e o interesse; gera memória; facilita a reflexão, reduz a resistência à mudança, incentiva a cooperação; ensina e cria consciencialização. Quando contadas em grupos, as histórias fomentam iniciativas; motivam grupos de trabalho; ajudam a criar líderes; transmitem valores e facilitam e enriquecem a comunicação.

Antes de construir uma história, a boa comunicação requer um destinatário, um objetivo, um código ou linguagem, uma forma de aplicação, uma reação e um resultado. Sendo que a história é composta por uma introdução, um enredo e um desenlace.

“É próprio do ser humano narrar o que lhe acontece: as vivências, experiências, descobertas, encontros e desencontros”, sublinhou o padre José Cordeiro. Contudo, a forma como narramos a nossa história é “determinante para definirmos quem somos e como vivemos”, concluiu. Foi exatamente isto que distinguiu D. Bosco, enquanto contador e “criador de histórias”.  

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Reescrever as histórias dos seus jovens

“A melhor história de Dom Bosco que temos são as ‘Memórias do Oratório de S. Francisco de Sales'”, relembrou José Cordeiro. Nesta obra essencial, Dom Bosco cria uma meta-narrativa, não inclui apenas a sua história, mas também a dos seus alunos. “Dom Bosco não dá ponto sem nó. Intencionalmente, as histórias que escolhe incluir são ensinamentos para os Salesianos, para a Família Salesiana e para os jovens”, sublinhou o orador. Contudo, e para chegar de forma mais direta aos seus jovens, D. Bosco teve de adaptar a sua linguagem.

Inserindo os seus jovens nas suas histórias, D. Bosco tinha a capacidade para as reescrever: “Dom Bosco foi um contador de histórias, mas foi mais ainda um criador de histórias. Criou novas histórias de vida para os seus jovens”, referiu o padre José Cordeiro.

Durante a sessão de trabalho os participantes foram ainda convidados a analisar o “Sonhos das Consciências” e a pensar sobre ele enquanto forma de contar uma história. Em jeito de conclusão José Cordeiro sublinhou: “No sonho das consciências, S. João Bosco de forma inteligente alarga a meta-narrativa e projeta-a no futuro para nos incluir também a nós, e todos os que virão a seguir”. 

No encerramento do encontro, o Pe. Rui Alberto concluiu que esta formação foi um convite à conversão na forma como nós, comunicadores das várias presenças salesianas, contamos as histórias. E desafiou: “Agora é hora de pensar com os nossos parceiros locais como aplicar isto”.

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