Bartosz Placak: “Partilhar o meu testemunho com o Papa Francisco foi uma grande alegria”

Bartosz Placak tem 28 anos é natural de Kołobrzeg, na Polónia, e está em Portugal como voluntário da JMJ Lisboa 2023. Esta é a terceira experiência na organização da JMJ. Esteve envolvido na Jornada de Cracóvia, em 2016, e do Panamá, em 2019.

É de nacionalidade polaca e ainda conheceu São João Paulo II. A memória, deste filho ilustre da Polónia, é ainda especialmente lembrada?

Era muito jovem quando João Paulo II morreu. Lembro-me dos momentos em que todas as pessoas rezavam com ele e por ele nos seus últimos dias. Lembro-me especialmente do momento em que durante a missa exequial o vento forte fechou o Evangelho que estava sobre o caixão. Foi um momento muito simbólico. A vida terrena do Papa terminou, mas podemos penetrar cada vez mais e interpretar de novo a riqueza das suas obras, encíclicas e a sua espiritualidade. Contamos muito com a sua intercessão na Polónia, mas penso que também em todo o mundo.

A iniciativa da JMJ que João Paulo II idealizou é tão genial como a sua pessoa?

A pessoa é a criatura de Deus e a JMJ é – digamos – o trabalho das pessoas através da inspiração do Espírito Santo. Não vou comparar estas duas dimensões, mas é de notar que esta inspiração marcou imensamente o seu pontificado. Agora, após tantos anos, podemos ver que não é apenas o seu pontificado. Este trabalho está vivo e vai continuar porque tem uma bênção especial de Deus. São João Paulo II esteve sempre muito próximo dos jovens. Na sua vida sacerdotal como professor na universidade, em atividades pastorais – toda esta experiência serviu-lhe mais tarde durante o Concílio Vaticano II para partilhar as suas considerações sobre a reforma pastoral da Igreja. No seu serviço descobriu rapidamente a importância desta ligação que tinha com os jovens. Agora a JMJ está mais desenvolvida do que estava no início, mas continua sempre a recorrer à sua fonte, que é o amor do homem por Jesus Cristo.

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Falemos agora de si: quer apresentar-se?

Sou de uma cidade na costa da Polónia chamada Kołobrzeg. Formei-me em Engenharia Mineira e Geológica em Cracóvia, onde me liguei à capelania estudantil que é acompanhada pelos padres dominicanos. Sinto que faço parte da Família de São Domingos e por isso até hoje, juntamente com amigos, ajudamos os dominicanos a organizar várias atividades culturais e pastorais.

Já participou em outras JMJ como voluntário. De onde lhe vem este gosto?

Estive também envolvido na organização da JMJ em Cracóvia, em 2016. A experiência foi tão marcante que resolvi participar como voluntário de longa duração na JMJ do Panamá, onde tive a grande alegria de partilhar o meu testemunho com o Papa Francisco no encontro com os voluntários no final da JMJ. Há alguns meses decidi repetir a experiência na preparação da JMJ em Lisboa. Estou muito feliz por tudo o que fazemos para acolher o Santo Padre e os jovens de todo o mundo.

Que trabalho desempenha na organização da JMJ 2023?

No Comité Organizador Local em Lisboa sou responsável pelos contactos com a maioria dos países das Américas, ajudando-os para que possam preparar os peregrinos para a sua chegada a Portugal. Além de mim, há muitos outros jovens no escritório e é por isso que vivemos o nosso trabalho de uma forma extraordinária.

No setor onde trabalha tem muitos colegas de diferentes nações? É uma babel ou uma harmonia de vida?

A maioria deles são portugueses, mas alguns são também de outros países, por exemplo das Filipinas, Alemanha, Guatemala, Peru, México ou Gana.

Há muita alegria e ao mesmo tempo muita responsabilidade pela organização que assumimos – individualmente e em conjunto. Somos diferentes, vimos de lugares diferentes. Vimos também de lugares diferentes no nosso caminho de vida, de fé. Há pessoas que são crentes, há pessoas que estão à procura de algo, etc. Aqui podemos partilhar muito e ouvir-nos uns aos outros – este é um grande tesouro de que temos consciência e que apreciamos. Assim podemos criar a cultura do encontro para a qual o Papa Francisco nos convida.

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Gostaria de dizer algumas palavras aos jovens que estão indecisos sobre a sua participação? Sim, uma reflexão que tem estado comigo, em diferentes realidades, desde o meu tempo como voluntário no Panamá. Precisamos de ter menos expetativas e mais confiança. O que nos paralisa é o medo que provém destas expetativas, da imaginação orientada apenas para a nossa perspetiva. Através da confiança em Deus, o Senhor pode dar-nos a coragem de ir em frente. Pelo caminho podemos encontrar muitos desafios, podemos até cair, mas tenhamos sempre a certeza de que Cristo nos acompanha e nos dá a graça de nos levantarmos e seguirmos para onde Ele nos leva.

Fotografias: João Ramalho

Publicado no Boletim Salesiano n.º 597 de março/abril de 2023

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