“A vida missionária é uma vocação dentro da vocação”

Dando continuidade à celebração da Semana Missionária Salesiana, apresentamos, hoje, a entrevista, à ANS, de Grégoire Maloba, um jovem congolês que foi enviado, em 2021, com a 152ª Expedição Missionária Salesiana, para Portugal.

O seu destino foi escolhido por si ou foi-lhe atribuído? Está feliz por ir para Portugal?

Eu nunca tinha pensado em tornar-me sacerdote, nem mesmo salesiano missionário, nem se quer em ir um dia a Portugal… Entretanto, hoje é para lá que Deus me envia, para servir. E o sentimento que me caracteriza, neste momento, é de alegria e gratidão por este novo destino.

Como é que as pessoas que lhe são mais próximas reagiram a esta sua decisão?

Todos os membros da minha família, amigos, irmãos e conhecidos queriam que continuasse a morar perto deles; para alguns deles foi, por isso, difícil aceitar esta notícia, principalmente, para os membros da minha família… Mas com fé entenderam que esta é a vontade de Deus.

Alimenta alguma dúvida ou temor relativamente à nova cultura ou à nova realidade?
Não ignoro que não é fácil adaptar-nos a uma nova cultura, idioma, povo e nação… Mas sei que é sempre possível, com a graça de Deus, viver e criar novas relações.

Que planos ou sonhos tem relativamente à sua missão?
Não tenho planos maiores do que oferecer Cristo ao mundo, nas pegadas de São João Bosco.

Existe algum modelo de missionário que gostaria de imitar?

A minha vida missionária não nasceu do nada, mas, sim, da presença de alguns missionários salesianos que me inspiraram e acompanharam e que me permitiram aprofundar o meu discernimento. Cito, entre outros, o Pe. Dick Zwarthoed, que me ajudou a ser salesiano; e Mario Valente, que me iluminou no discernimento missionário. Ambos viveram no Congo com grande simplicidade até à velhice.

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A vida missionária é, antes de tudo, evangelização e zelo pastoral pelas almas. O que pensa sobre isto?

Como salesiano de Dom Bosco, o centro do meu apostolado é a evangelização, para a salvação das almas dos menores, pobres e abandonados. É para isso que me preparo espiritual, moral, intelectual e fisicamente: é a eles que Deus me manda.

Quer enviar alguma mensagem aos seus irmãos ou aos jovens?

O que posso dizer aos meus irmãos é que a vida missionária é uma vocação dentro da vocação, e é possível vivê-la quando ela vem realmente do fundo do coração.

Aos jovens, diria que a missão não é apenas ir para longe do seu país, pegar na Bíblia e pregar na rua, ou algo reservado somente aos salesianos. Pode-se cumprir a missão também de outro modo e noutro lugar, doando-se aos outros, vivendo na simplicidade, prestando um bom testemunho de vida no ambiente em que se vive.

Entrevista: ANS

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