A ironia do Natal

Todos os anos é a mesma coisa. A mesmíssima coisa. No teu grupo de catequese, na tua paróquia e até na escola ouves o discurso de sempre… Primeiro, a constatação: “o Natal já não é o que era, agora é só consumismo”.

Depois, o recado do costume: “este Natal temos de dar mais importância a quem mais precisa, até porque estamos em crise”. E sabes que mais? É tudo verdade. É verdade e irónico ao mesmo tempo.
É irónico que algo com um começo tão simples e humilde (um estábulo, uma manjedoura, uma mãe, um pai e uma nova vida) tenha evoluído para uma avalanche de sacos de compras, de filas intermináveis em supermercados e lojas, trânsito infernal, corridas contra o tempo e cabelos em pé… Não estou a ser hipócrita. Todos gostamos de dar prendas aos nossos amigos e família, eu não fujo à regra… Mas a questão é que se só fizermos isso… então perdemos o Natal. Há que pensar em formas de o resgatar, de deixar vir à tona o verdadeiro significado: Deus vem ter connosco!

Confesso-vos que quando estou assim meio perdido costumo olhar para o exemplo de D.Bosco. Mas nisto do Natal… Não sabemos muitas coisas sobre o Natal de D. Bosco e dos seus rapazes no oratório de Valdocco. Mas do pouco que sabemos queria partilhar contigo duas coisas:

1. A importância de preparar bem o Natal. O Advento

Para D. Bosco a preparação dos momentos mais festivos do ano era muito importante. Pedia aos rapazes para se confessarem, para celebrarem com solenidade a festa da Imaculada Conceição (MB II, 453), deixava-os organizar a novena de Natal e tratar da decoração do oratório (MB XI 488). No fundo, D.Bosco vivia em pleno o Advento e esforçava-se para que fosse o início de algo novo – até chegou a compôr uma música e a orientar um coro…! (MB II, 101) Consegues imitá-lo?

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2. Ficar feliz porque Deus é connosco!

É dia 23 de Dezembro de 1859 e D. Bosco deixa uma mensagem de Natal aos seus rapazes: “Quero que estejam felizes, mesmo muito felizes, durante esta época natalícia. O Deus Menino que nasce de novo durante estes dias espera algo especial de cada um de vós”. D. Bosco quer que os seus rapazes sejam felizes na eternidade, mas aponta sempre na direcção certa: Jesus Cristo. É sempre Ele a referência. O teu coração está feliz o suficiente para acolher o Salvador?O Natal é a história da encarnação. É Jesus, Deus, que vem fazer parte da humanidade e nos inunda de graça. É esse gesto de amor de Deus que permite a nossa redenção. Deixo-vos com um forte abraço e o desejo que o vosso Natal seja verdadeiro. Ah! E claro um 2014 muito, muito feliz!

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