Editorial do Boletim Salesiano n.º 611 de setembro/outubro de 2025.
Nas grandes questões da vida, não podemos permitir-nos viver adormecidos. Perdemos tempo e oportunidades e correríamos o risco de reduzir a existência a uma sucessão de dias sem plenitude, perdendo a beleza e a profundidade do que significa realmente viver. É urgente abraçar, com coragem e radicalidade, o sentido mais autêntico do que somos e do que podemos vir a ser. Permanecer entorpecidos perante o vazio, o absurdo ou a futilidade é perigoso para uma humanidade chamada a criar beleza, a cultivar a arte, a servir o bem com generosidade, a pensar com espírito crítico e a inovar com esperança num presente e num futuro mais luminosos. Muitas vezes, é o inesperado que nos desperta da apatia, lembrando-nos que ainda somos capazes de nos maravilhar com a simplicidade, de nos comover com o que é pequeno e de nos elevar com o que é sublime. É preciso, então, despertar: despertar para a interioridade, reconhecendo a sede de sentido e de transcendência que habita o coração humano; despertar para os outros, tecendo relações autênticas de amizade, serviço e solidariedade, que nos libertam do isolamento e nos fazem sentir parte de algo maior; despertar para a beleza do quotidiano, aprendendo a saborear o dom de cada instante, mesmo o mais simples; despertar para os dons pessoais, confiando que cada um traz ao mundo talentos únicos; e, sobretudo, despertar para Deus, fonte de amor e esperança, que dá profundidade ao viver e transforma desafios em caminhos de crescimento e entrega. Despertar é aprender a ver a realidade com olhos renovados, é reconhecer em cada dia oportunidades para crescer, amar, aprender e recomeçar. É escolher a esperança quando o cansaço se impõe. É ousar uma revolução interior que recorda, sem medo, os princípios e os fins que realmente valem. E lutar por eles. Não estamos aqui por acaso: temos um papel insubstituível no mundo, uma missão única que nos chama a ser protagonistas da própria felicidade. Quantas vezes sentimos vontade de abanar quem vive adormecido, sem sonhos, sem propósito, sem a coragem de ir além do mínimo. Mas o verdadeiro despertar não se impõe: nasce quando se descobre que há algo maior, belo e digno a viver. É então que abrimos os olhos para a beleza de existir, para a alegria de amar, para a coragem de lutar pelos próprios sonhos. E, nesse instante, a vida enche-se de cor, de profundidade e de sentido; cada dia torna-se um presente onde recomeçar é bom e sempre possível. Desperte! Há um lugar para si! Acredite: há um despertar que precisa de acontecer: o seu, o meu, o nosso; o do mundo, o da história, o de tudo aquilo que verdadeiramente importa. De tudo o que vale a pena. Desperte!
Fotografia: Diego PH, Unsplash
Publicado no Boletim Salesiano n.º 611 de setembro/outubro de 2025
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