Síria

Síria: Salesianos continuam a oferecer espaços de paz

A Síria é um país em guerra desde 2011, devastado pelas bombas e pelo terramoto de há um ano. A desvalorização da moeda nacional, a libra síria, e o desemprego aumentam a pobreza e o desespero da população.

Presentes no país, desde 1948 em Aleppo e desde 1992 em Damasco e Kaffroun, os salesianos continuam a oferecer espaços de paz, especialmente aos mais jovens, nos Centros Juvenis que continuam a funcionar.

Os Salesianos na Síria cuidam de mais de 3.500 crianças e jovens das presenças de Aleppo, Damasco e Kafroun. “Em outubro iniciámos o novo ano pastoral e as atividades de inverno; e, somente em Aleppo, temos mais de 1.500 crianças. Elas participam das atividades do oratório, da formação e da catequese”, conta Mateo Colmenares, voluntário salesiano em Aleppo. “Em Damasco, temos 1.600 crianças que participam das atividades juvenis e, em Kafroun, 400”.

Os salesianos continuam a dar apoio à população, privada até dos bens mais básicos como alimentação e eletricidade. “Continuamos a dar reforço escolar a 100 meninos e meninas, uma vez que as escolas católicas são particulares e não são acessíveis às famílias. A maioria das crianças frequenta escolas públicas, que são muçulmanas…”, explicam os missionários. “Eles oferecem toda a ajuda económica possível: vales familiares para painéis solares, alimentação, reconstrução após o terremoto… tudo o que é possível para ajudar as pessoas”, acrescenta Colmenares.

Síria Oratório férias de verão

Para os jovens, o país dificilmente lhes dará perspetivas de futuro.

Contudo, a guerra não desaparece da realidade da população síria e o conflito em Gaza também afeta a vida quotidiana. “É como colocar sal nas feridas. As pessoas não falam sobre isso, mas todos têm medo”, diz um salesiano. Nos primeiros dias, com o oratório cheio de crianças, conseguíamos ver o céu cortado pelas rajadas. “As crianças mais pequenas choravam e tinham medo. As maiores, que já só viveram os últimos anos da guerra, com mais tréguas, riam e aplaudiam. Os jovens, de 16 e 17 anos, que se lembram da pior parte da guerra, continuavam com as suas vidas normalmente e não reparavam em nada. Nesses momentos, começamos a rezar o Terço, no pátio, porque não há sirenes de alarme no oratório e porque não temos onde acomodar toda a gente”, acrescenta Colmenares.

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Os jovens sentem-se felizes e em casa quando estão nos centros juvenis salesianos, da Síria. Mas também expressam um cansaço da guerra, um cansaço cheio de sofrimento cada vez que ouvem as bombas e os tiros. “Quanto tempo mais vai isto durar?”, perguntam.

Entre alguma reconstrução e muitos edifícios abandonados, “vemos, aqui em Aleppo, o mesmo cenário que a televisão mostra em Gaza, onde tudo foi destruído: pela guerra e pelo terremoto”. É por isso que, no início deste ano, pediram “o fim da violência e que a ajuda da solidariedade salesiana de todo o mundo continue a chegar”.

Texto e Fotografia: Salesianos da Síria/Ans

Publicado no Boletim Salesiano n.º 602 de março/abril de 2024

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