Início do Sínodo nas dioceses portuguesas

Teve início, neste mês de outubro, nos dias 9 e 10, um novo processo sinodal dentro da Igreja. Depois de três sínodos já convocados pelo Papa Francisco nos seus oito anos de pontificado (sobre a família, em 2015; sobre a fé, os jovens e o discernimento vocacional, em 2018; e sobre a Amazónia, em 2019), iniciam-se agora os trabalhos que pretendem repensar e restruturar a própria sinodalidade dentro da Igreja.

Com o título “Por uma igreja Sinodal: comunhão, participação e missão”, este processo, que será concluído em outubro de 2023, com o encontro dos Bispos em Roma, quer dar resposta ao grande sonho do Papa Francisco: envolver todos os católicos na reflexão e na construção da Igreja do terceiro milénio. O documento preparatório deste sínodo, diz-nos que todo este processo quer responder à grande pergunta: “como se realiza hoje, a diferentes níveis (do local ao universal) aquele ‘caminhar juntos’ que permite à Igreja anunciar o Evangelho, em conformidade com a missão que lhe foi confiada; e que passos o Espírito nos convida a dar para crescer como Igreja sinodal?”.

Foto: © Serviço Fotográfico – Vatican Media

Iniciar o caminho

O Santo Padre propõe uma “modalidade inédita” para a preparação deste grande acontecimento, com uma primeira fase vivida em trabalho de escuta em cada diocese, e depois um outro momento alargado ao âmbito continental. O objetivo é a “escuta real do Povo de Deus”, para que seja possível “garantir a participação de todos no processo sinodal”.

As dioceses portuguesas iniciaram, assim, no dia 17 de outubro, a fase de consulta e mobilização das comunidades católicas no processo sinodal.

Este é um momento único de auscultação das Igrejas locais, e, por isso mesmo, foi pedido pelo Papa Francisco, a cada bispo, que replicasse a celebração de abertura que decorreu no Vaticano, com uma cerimónia diocesana.

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Foi pedido, ainda, pela Santa Sé que em cada diocese exista “uma pessoa ou uma equipa de contacto para liderar a fase local de escuta”. As respostas serão depois enviadas para Roma e entregues à respetiva Conferência Episcopal até abril de 2022, para uma síntese nacional.

A finalidade desta primeira fase do processo sinodal é “favorecer um amplo processo de consulta”, dando especial atenção “voz dos pobres e dos excluídos, não somente daqueles que desempenham alguma função ou responsabilidade”.

Segundo a Santa Sé, mais do que “simplesmente responder a um questionário”, a fase diocesana destina-se a “oferecer ao maior número possível de pessoas uma verdadeira experiência sinodal de se escutarem umas às outras e de caminharem em conjunto, guiadas pelo Espírito Santo”.

Foto: © Serviço Fotográfico – Vatican Media

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