No dia 3 de novembro celebrou-se o Dia SolSal, dia do Serviço Social da Fundação Salesianos. A data remete para o dia em que Dom Bosco e Mãe Margarida partiram d’Os Becchi para Turim a 3 de novembro de 1846.
O Dia SolSal é, antes de tudo, a memória viva de um gesto simples que transformou o caminho de muitos jovens. A 3 de novembro de 1846, João Bosco e a sua mãe, Margarida, partiram d’Os Becchi com destino a Turim, levando apenas um pequeno cesto. Não havia estruturas, cargos ou estratégias sofisticadas, apenas disponibilidade, fé prática e a decisão radical de acompanhar os jovens que viviam à margem da sociedade. Este gesto fundacional, humilde e profundamente humano, tornou-se a raiz de uma pedagogia que atravessou séculos: acolher, educar e caminhar, lado a lado, com aqueles que mais precisam.
Hoje, o Dia SolSal procura reavivar precisamente esse espírito. Num tempo marcado por desigualdades, precariedade e complexidade social, este dia lembra-nos que a presença educativa não é um acessório, mas sim o núcleo da missão. Significa olhar para os jovens com atenção, reconhecer as suas histórias, discernir caminhos possíveis e construir oportunidades concretas. A pedagogia salesiana não nasce de teorias abstratas, mas sim do encontro, da escuta e da capacidade de transformar a realidade a partir do vínculo estabelecido.



Um gesto simples que continua a transformar vidas
A comemoração funciona também como um momento de renovação comunitária. Reúne salesianos, profissionais, voluntários, famílias e jovens, para reconhecer o que já está a ser feito, identificar fragilidades e reforçar compromissos. Não se trata apenas de uma celebração, mas sim de uma tomada de consciência. Desperta a responsabilidade partilhada de garantir ambientes seguros, relações humanizadoras e respostas que resistam à lógica assistencialista, privilegiando a dignidade e a participação. É, por conseguinte, um exercício coletivo de pertença. Permite revisitar a intuição original de D. Bosco – “estar no meio deles” – e atualizar o seu sentido para o presente: proteger, promover e capacitar. Lembra-nos que o trabalho social salesiano só faz sentido quando nasce da proximidade e se orienta para a autonomia dos jovens, sobretudo daqueles que carregam feridas invisíveis.
Mais do que um evento anual, o Dia SolSal é um modo de vida. É um convite a olhar com cuidado, a caminhar com esperança e a agir com um amor competente. É o lembrete de que a transformação social começa sempre com um pequeno gesto, como aquele cesto de 1846, se for feito com coragem, simplicidade e um compromisso genuíno com a juventude.















