Os primeiros missionários salesianos para Meliapor e Macau partiram da Basílica de Maria Auxiliadora, em Turim, a 23 de novembro de 1905.
O Boletim Salesiano de janeiro de 1906 noticiava: «Ainda uma vez no nosso Santuario de Maria SS. Auxiliadora em Turim realizou-se na tarde de 23 de novembro o espectáculo solemne e enternecedor do adeus a um numeroso grupo de Missionários. Eram cerca de cincoenta entre Sacerdotes, clerigos e irmãos coadjutores, destinados uns às varias regiões da América, outros às novas fundações de Meliapor, nas Índias inglesas, e de Macau na China. Tanto a casa de Macau como a de Meliapor ficam encorporadas e dependentes da Direcção Salesiana Portugueza, com sede em Lisboa. Ao acto da despedida e bênçãos dos Missionários, além de numerosíssimo povo, assistiu S. Emcia. Rma. o Cardeal Agostinho Richelmy, Arcebispo de Turim, o qual depois da bênção do SS. Sacramento, dignou-se fazer a distribuição dos crucifixos e proferir uma terna alocução, em a qual, com os seus parabens aos novos apostolos, recordou quaes os dotes que devem exornar o missionário, insistindo sobretudo na guerra que se ha de fazer ao amor próprio e na devoção ao SS. Sacramento e a Maria SS. Antes da bênção havia falado eloquentemente aos fieis o
P. Jorge Tomatis, superior da nova casa de Meliapor, mostrando como as palavras de N. Senhor Jesus Christo: Euntes docete omnes gentes, ide ensinar todas as gentes, são as que ressoando todos os dias aos ouvidos dos escolhidos de Deus, fazem os novos apostolos, de Jesus Christo. Falou dos varios países onde os Filhos de Dom Bosco exercem o apostolado; dos sacrifícios e luctas que é preciso sustentar e pediu por fim as orações de todos. O numerosíssimo auditorio estava visivelmente commovido ao contemplar esses jovens apostolos, que, fazendo sacrificio de tudo o que têm de mais querido na terra, partem à conquista das almas, animados só pelo Espírito de Deus. […] Está, pois, aberto novo campo de trabalho aos Filhos de Dom Bosco; nas Índias trezentos milhões de habitantes, e na China quasi quatrocentos reclamam a attenção e o zelo de todos os que temos a inexcedível ventura de pertencer ao redil de Jesus Christo: Adveniat Regnum tuum!».

Pe. José da Silva Lucas (1888-1951)
Nasceu em Cabanelas, Vila Verde (Braga). Foi o primeiro salesiano português a trabalhar em Macau (1912-1927). Na foto, em Macau em 1921, com o grupo de salesianos missionários liderados pelo Santo Luís Versiglia, Bispo salesiano mártir, ao centro na fotografia. O Pe. José da Silva Lucas é o sexto na segunda fila.

Pe. Afonso Nácher (1905-1999)
Espanhol, natural de Ruzafa, nos arredores de Valência. Fez a sua formação em Espanha. Aos 40 anos é enviado para Portugal como Mestre de Noviços em Mogofores. De 52 a 54 dirigiu a escola do Estoril. Em 1955 partiu para Timor-Leste. Trabalhou em Díli, Fuiloro, Baucau, Ossu, Fatumaca. Em 1984 publica o Léxico Fataluco-Português, reeditado em dois volumes entre 2002 e 2004. Faleceu em Fatumaca.

Pe. João de Deus Pires (1928-2019)
Nasceu em Morais, Macedo de Cavaleiros, aldeia pobre e humilde. Seis irmãos. Estudou em Mogofores e Poiares da Régua. Partiu em 1957 para Timor-Leste. Dizia que foi missionário por obediência mas nunca mais deixou o povo timorense. Em 1975, o governo português ordenou a evacuação imediata de todos os missionários católicos. O padre João de Deus decidiu permanecer no país durante os 26 anos da ocupação. Foi condecorado em Portugal e em Timor-Leste. Faleceu em Díli.
Fotografia: Arquivo Salesiano
Publicado no Boletim Salesiano n.º 611 de setembro/outubro de 2025
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