Américo Dias Esteves: “Interiorizei a minha carreira de professor mais como vocação e missão, do que profissão”

O jornal Diário de Notícias da Madeira publicou recentemente uma entrevista com Américo Dias Esteves, docente dos Salesianos do Funchal durante 36 anos, na qual elogia o sistema educativo salesiano. Dias antes da sua aposentação, o docente foi homenageado pela Comunidade Educativa durante a festa de São João Bosco.

Natural da Beira Baixa, Américo Esteves chegou à Madeira no início da década de 80. Nos mais de 40 anos de serviço na educação, o professor teve uma breve passagem pelo ensino público, lecionando nas escolas de Santa Cruz e Dr. Horácio Bento Gouveia do Funchal. Em 1987 optou pelo ensino privado na Escola Salesiana, onde lecionou a disciplina de Português a várias gerações de madeirenses.

Na entrevista ao Diário de Notícias da Madeira, o docente recorda os motivos pelos quais escolheu exercer a profissão na Escola Salesiana. “À medida que fui conhecendo melhor quem era Dom Bosco, senti que o seu estilo educativo vinha ao encontro do que eu almejava há algum tempo: ser professor numa escola que privilegiasse o ambiente educativo, a relação educativa pessoal entre educador e educando, a presença-assistência animadora dos educadores entre os jovens, a oferta respeitosa de uma experiência de fé, o compromisso cristão e o espírito de família. Encontrei tudo isso no Colégio Salesiano do Funchal”.

Questionado sobre que momentos destacaria na sua longa carreira, o antigo professor recorda o dia em que se tornou Cooperador Salesiano. “Foi a partir dessa altura que comecei a interiorizar a minha carreira de professor mais como vocação e missão, do que profissão, ou simples agente educativo. No pensamento de São João Bosco, um cooperador é como um salesiano no mundo, consagrando-se ao apostolado juvenil”.

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Sobre a profissão, Américo Esteves descreve-a como uma da “mais nobres da sociedade”, mas lamenta que “o papel do professor não seja suficientemente valorizado”. “Ser professor é a profissão daqueles que têm o talento de despertar novos talentos. Ser professor é ter o privilégio de ajudar a construir uma nova consciência em cada ser humano, mudando paradigmas, estimulando descobertas e valorizando virtudes”, explica. Acredita que a reforma educativa é um dos maiores desafios que a sociedade portuguesa enfrenta.

No dia 31 de janeiro, a poucos dias de deixar o ensino, a comunidade educativa dos Salesianos do Funchal prestou homenagem ao professor durante a festa de São João Bosco.

Aos seus antigos alunos pediu dedicação total aos estudos e lembrou que a educação é o “passaporte” para o sucesso. “A minha profissão só faz sentido porque vós existis. Estudai como se não houvesse amanhã, pois dessa forma tereis sucesso não só na escola, mas também na vida”, afirmou.

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