O sexto mandamento – “Não cometerás adultério” – não pode ser visto apenas como norma moral – que é! –, mas também como um apelo à beleza do amor fiel. Um apelo para todos, porque todos somos chamados a amar como Deus ama: com verdade e fidelidade.
Deus é incapaz de amar “pela metade”. Ele é fiel às suas promessas de amor, nunca trai e nunca desiste, nem mesmo quando O esquecemos. Aliás, é sobretudo nessas traições que Ele permanece fiel. É este amor que somos chamados a viver sempre: na amizade, no namoro, na vida familiar. Um amor que respeita, que não usa, que não finge nem calcula. Deus chama-nos à fidelidade como caminho de felicidade e, por isso, podemos dizer que o adultério é, realmente, a adulteração do amor: ele não fere simplesmente promessas feitas, mas fere, acima de tudo, corações.
Num mundo e num tempo onde tudo parece ser descartável – até as relações – este mandamento é uma afirmação de fé: diz-nos que o amor não é só sentir, mas é decidir, é cuidar… é prometer e cumprir!
Jesus leva este mandamento ainda mais longe ao ensinar que o adultério começa no olhar, no desejo que transforma o outro em objeto (Cf. Mt 5,28). Por isso, mais do que simplesmente atos, Jesus pede-nos corações limpos, capazes de amar com liberdade; olhos puros, capazes de ver a beleza de Deus impressa em cada filho seu.
Viver a pureza do amor é escolher amar sem máscaras, com uma entrega real e total. Ser fiel não é estar preso a alguém, mas é ser livre para amar com verdade. Como Deus ama! É mostrar ao mundo a beleza de amar a sério!
Ilustração: “Otelo e Desdémona”, Frederick Richard Pickersgil (1820-1900)/CC
Publicado no Boletim Salesiano n.º 612 de novembro/dezembro de 2025
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