A história missionária da Congregação Salesiana começou graças a alguns missionários motivados e inspirados por Dom Bosco a partir em missão. A primeira expedição realizou-se por ocasião do Concílio Vaticano I, quando vários bispos pediram a Dom Bosco que enviasse salesianos para a China, o Egito e os Estados Unidos.
Depois de alguns anos de discernimento e estudo, e inspirado pelo seu primeiro sonho missionário em 1872, Dom Bosco aceitou o convite para enviar missionários à Argentina, com a missão de trabalhar entre os nativos da Patagónia. Esse foi o destino escolhido para a primeira expedição salesiana.
A expedição era composta por salesianos jovens: dez membros — um clérigo, cinco sacerdotes e quatro coadjutores — conhecidos, sobretudo, pela célebre fotografia tirada por Michael Schemboche, fotógrafo profissional.
Giovanni Battista Allavena – clérigo
Nasceu em Pigna, Porto Maurizio, em 1855. Tinha apenas 20 anos quando partiu, sendo o mais jovem do grupo. Juntou-se aos outros em Marselha, pois ainda não tinha passaporte.
Giovanni Battista Baccino – sacerdote
Natural de Giusvalla, província de Alessandria, nasceu em 1843. De “vocação adulta”, interrompeu a escola para ajudar a família nos trabalhos do campo. Foi dos primeiros a manifestar o desejo de partir em missão. Tinha pensado nos Estados Unidos e agradeceu a Deus por essa oportunidade de serviço. Partiu com 32 anos.
Valentino Cassini – sacerdote
Nasceu em 1851, em Varengo (província de Alessandria, diocese de Casale Monferrato). Era professor e tinha 24 anos quando partiu.
Domenico Tomatis – sacerdote
Nasceu a 23 de setembro de 1849, em Trinità (província de Cuneo, diocese de Mondovì). Entrou no Oratório de São Francisco de Sales, em Turim, a 23 de outubro de 1862. Foi o cronista da viagem missionária. Partiu com 26 anos.
Stefano Belmonte – coadjutor
Músico e ecónomo, sabia que o seu primeiro destino seria acompanhar o Pe. Cagliero até Buenos Aires, mas estava disposto a ir onde fosse necessário para cumprir a missão salesiana. Tinha 29 anos quando partiu.
Vincenzo Gioia – coadjutor
Cozinheiro e mestre sapateiro, nasceu em Alessandria em 1854. Dom Bosco descreveu-o como “aprendiz e mestre no ofício de sapateiro”. Cabia-lhe cuidar dos pés e do estômago dos companheiros — duas necessidades essenciais para enfrentar a evangelização no novo continente. Com apenas 21 anos, juntou-se ao grupo em Marselha.
Bartolomeo Molinari – coadjutor
Maestro de música vocal e instrumental, partiu com 21 anos. Deixou a Congregação em 1877.
Bartolomeo Scavini – coadjutor
Mestre carpinteiro, nasceu em Benevagienna (Cuneo) em 1839. Era reconhecido pela sua habilidade em transformar a madeira em instrumentos úteis e nobres. Apesar das oportunidades de trabalho que podia ter tido, preferiu dedicar-se ao ensino da sua arte a quem necessitasse, do outro lado do mar. Partiu com 36 anos.
Giuseppe Fagnano – sacerdote
Dom Bosco apresentou-o como “doutor em belas letras”, habilitado para ensinar literatura grega, latina e italiana, bem como história, geografia e outras disciplinas humanísticas. Nasceu em Rocchetta Tanaro (província de Asti), a 9 de março de 1844. Tinha 31 anos quando partiu para a Argentina.
Giovanni Cagliero – sacerdote
Nasceu em Castelnuovo d’Asti (Alessandria), a 11 de janeiro de 1838. Dom Bosco deu-lhe a honra de chefiar a primeira expedição missionária salesiana. Partiu com 37 anos.
Fazer memória destes dez missionários é renovar o espírito missionário de Dom Bosco; o desejo ardente de partilhar a fé com os jovens pobres e necessitados, que começou em Valdocco e continua vivo hoje, em 137 países de todo o mundo.


