Curso de Artes Visuais, Salesianos de Lisboa: Uma escola que é casa e vida

Curso de Artes Visuais, Salesianos de Lisboa: Uma escola que é casa e vida

O Curso de Artes Visuais dos Salesianos de Lisboa foi criado há 25 anos. Alcançou o primeiro lugar no ranking das escolas de ensino artístico em Portugal, onde também se incluem escolas artísticas e profissionais.

No ano 2000, nasceu nos Salesianos de Lisboa um projeto que, mais do que um curso, se tornou uma casa — um lugar de formação artística e de crescimento humano, fundado na convicção de que é possível unir exigência e afeto, técnica e verdade, rigor e cuidado. O Curso de Artes Visuais surgiu de um desafio lançado pelo Pe. Artur Pereira e pelo Dr. Orlando Camacho, para dar resposta aos muitos jovens que, ao terminar o 9.º ano, sentiam que o seu talento merecia continuidade e queriam fazê-lo dentro da casa onde tinham crescido.

O ensino artístico em Portugal, na altura, oferecia poucas soluções sólidas. As escolas profissionais, mesmo as mais prestigiadas, seguiam um modelo já desfasado das exigências do mercado. Os ateliers davam lugar a estruturas de pequena escala, com profissionais multifacetados. E, no plano humano, era comum seguir temas apelativos para adolescentes, mas com pouco valor formativo. Era urgente pensar de outra forma. Reinventar o modo de ensinar arte e, mais do que isso, o modo de educar através dela.

A proposta sempre teve por base uma lógica que conheço bem: a lógica do atelier. Um espaço de trabalho onde se vive com proximidade, onde se aprende fazendo, onde a exigência é real, mas onde a relação é também marcada pela amizade, pela escuta e pela presença. Um espaço onde professores e alunos se conhecem, se apoiam, crescem juntos. Onde educar é ensinar como um pai, com firmeza e com amor. Com exigência, mas com empatia. Onde pegamos na vida pessoal e na profissional e chamamos-lhe apenas isso: vida.

Rapidamente, este curso passou a ser visto e sentido como uma família. Um nome que surgiu de forma natural. Porque aqui, a felicidade dos nossos “miúdos” é um assunto muito sério. Celebramos os sucessos com orgulho, mas são as frustrações e os obstáculos que mais nos ocupam o pensamento. Este ano fomos brindados com o primeiro lugar do ranking nacional das escolas artísticas, mas o verdadeiro prémio já o temos há mais de duas décadas – gerações de grandes profissionais e acima de tudo extraordinários seres humanos.

Desde a sua fundação, o curso tem evoluído. Tornou-se uma proposta sólida e diferenciadora: oferece uma formação artística contemporânea, com domínio técnico, manual e digital, pensamento crítico, interdisciplinaridade e autonomia criativa. Mas mantém, desde o início, o mesmo princípio orientador: formar artistas que sejam, acima de tudo, pessoas inteiras. Capazes de criar, sim, mas também de olhar, de sentir, de cuidar e de transformar.

Hoje, vinte e cinco anos depois, olho para esta família com a alegria de quem vê um sonho tornar-se realidade. A gratidão, essa, é enorme.

“Não sabendo que era impossível, foi lá e fez.”
Jean Cocteau

Publicado no Boletim Salesiano n.º 610 de julho/agosto de 2025

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