Durante as Conferências Anuais de São Francisco de Sales, no dia 29 de junho de 1875, Dom Bosco anunciou solenemente a decisão de enviar o seu primeiro grupo de Salesianos para a América do Sul. “A Congregação estava no início e esta foi a primeira vez que Dom Bosco falou dela em público”1. O historiador salesiano, Pe. Eugenio Ceria, afirma que a notícia foi acolhida com entusiasmo pelos ouvintes: “A surpresa, o espanto, o entusiasmo sucederam-se nas almas dos presentes, que no final irromperam numa aclamação festiva… De repente, o elã dado aquele dia às fantasias levou-nos a imaginar horizontes sem limites, e num instante ampliou o já grande conceito que tínhamos de Dom Bosco e de sua Obra. Começou verdadeiramente uma nova história2 para o Oratório e para a Sociedade Salesiana”.
O Despertar Missionário na Igreja
Dom Bosco nasceu quando a Igreja vivia um renascimento do fervor missionário sob o pontificado do Papa Gregório XVI. Bartolomeu Alberto Cappellari (1765-1846) era monge calmaldolense. Em 1814 foi nomeado prefeito da reconstituída Congregação para a Propagação da Fé (De Propaganda Fide) pelo Papa Leão XII, reorganizada em 1817. Em 1825 foi nomeado cardeal e, após a morte de Pio VIII, eleito Papa, a 2 de fevereiro de 1831, assumindo o nome de Gregório XVI. Favoreceu o renascimento missionário da Igreja e enviou missionários para a Etiópia, Índia, China, Birmânia, Oceânia e para as populações indígenas da América do Norte.
Em resposta às iniciativas missionárias do Papa Gregório XVI, desenvolveu-se um crescente despertar missionário popular em França. A 3 de maio de 1822, Paulina Jaricot criou a Obra de Propagação da Fé com o objetivo de apoiar o trabalho dos missionários. A proximidade de Piemonte a França e o facto de pertencer ao Reino de Saboia contribuíram para fazer da Arquidiocese de Turim o centro de difusão do entusiasmo missionário, convidando os piemonteses a ajudar os missionários. Em 1838, o Arcebispo Fransoni escreveu uma carta pastoral aprovando a citada Obra de Propagação da Fé na Arquidiocese. Rapidamente ela foi instituída em quase todas as paróquias, que arrecadaram fundos para apoiar as missões.
João Bosco viveu esse animado renascimento missionário. Entre os livros populares em Piemonte estava as Cartas Edificantes e Curiosas dos Missionários Jesuítas dos séculos XVII e XVIII, publicadas numa edição revista em 1803, 1818 e 1824, e as Novas Cartas Edificantes das Missões na China e nas Índias Orientais, publicadas entre 1767 e 1820.3
Durante esse período, foram fundadas muitas revistas missionárias para informar os europeus sobre o trabalho dos missionários. As mais lidas entre as publicações missionárias francesas eram os Anais da Propagação da Fé. Mais tarde, Dom Bosco também utilizou o material dos Anais para compilar a sua História Eclesiástica em 1845 e 1870, O Mês de Maria (1858) e as Leituras Católicas. É importante notar que Dom Bosco era amigo do Cônego José Ortal, diretor diocesano da Obra de Propagação da Fé de 1851 a 1880 e seu ativo promotor no seminário menor missionário, localizado no complexo do Instituto Cottolengo, bem como em Valdocco. Em 1834, o santuário da Consolata foi confiado aos Oblatos da Virgem Maria, Congregação fundada pelo venerável Pio Bruno Lanteri, em Turim. Em 1842, o Papa Gregório XVI erigiu a Prefeitura Apostólica de Ava e Pegu, na Birmânia, e confiou-a aos Oblatos. O fervor missionário que suscitou no povo aumentou, também, o desejo missionário de Dom Bosco. Foi Dom Cafasso quem o ajudou a discernir que o seu trabalho entre os jovens imigrantes pobres e abandonados de Turim era igualmente louvável e comparável ao das missões estrangeiras.4 “Mas o espírito missionário permaneceu nele com a mesma intensidade e inspirou a sua visão, o seu impulso apostólico e a sua formação pastoral: foi missionário em Turim”.5
O Papa Pio IX , eleito em 1846, deu continuidade ao impulso missionário do Papa Gregório XVI ao criar 33 vicariatos apostólicos, 15 prefeituras e três delegações nos territórios de missão. Atendendo aos pedidos de vários bispos, criou uma comissão preparatória do Concílio Vaticano I sobre as missões.
A abertura do Concílio em 1869 foi uma oportunidade para Dom Bosco se encontrar com os Bispos missionários que visitaram a sua obra em Valdocco, nomeadamente, Daniel Comboni, José Sadoc Alemany, de São Francisco (USA); e os Bispos Luís Mocca- gatta e Elígio Cosi, da China. A sua visita a Roma, de 24 de janeiro a 22 de fevereiro de 1870, durante a sessão do Concílio, certamente permitiu-lhe encontrar-se com outros Bispos missionários. Contudo, nesses anos, a sua principal atenção foi o desenvolvimento da obra em Valdocco e a constituição da Sociedade Salesiana.6
“Charisma Fundationis”
Já no Sonho dos Nove Anos, o Homem (Jesus) disse a Joãozinho para mostrar aos jovens “a feiura do pecado e a beleza da virtude”. Mais tarde, a senhora (Maria) mostrou-lhe o seu futuro trabalho: “O que agora vês acontecer a esses animais, deves fazê-lo aos meus filhos”. Na verdade, Joãozinho tentava aprender alguns truques acrobáticos para poder entreter os amigos e, entre um truque e o tro, partilhar a homilia que ouvira na igreja no domingo anterior. Em 1828, quando trabalhava no sítio Moglia, frequentou a paróquia de Moncucco e no final, incentivado pelo pároco Pe. Francisco Cottino, iniciou um pequeno oratório festivo. Em dezem- bro de 1830 pôde iniciar seus estudos formais em Castelnuovo d’Asti. Para lhe poupar duas caminhadas por dia de Sussambrino a Castelnuovo, o seu tio Miguel Occhiena conseguiu que João Roberto, alfaiate e músico, o hospedasse. Agora, com mais de quinze anos, ele fazia o possível para ajudar os colegas, muito mais novos do que ele, nos trabalhos escolares. Nos sacramentos encontrou forças para suportar as humilhações do professor, que o qualificava como “o vaqueiro Becchi” e para lutar contra as tentações dos seus “maus colegas” de faltar às aulas, jogar e roubar. Em Chieri, durante os estudos secundários, fundou a Sociedade da Alegria, em 1832, para ajudar os seus amigos a evitar más ações, levá-los ao catecismo e aproximá-los dos sacramentos.
Em 1835, tendo ingressado no seminário de Chieri, João apaixonou-se pelo estudo das línguas da Escritura (hebraico, grego, latim), das obras dos Padres da Igreja e da teologia. Ele via o estudo, não como um fim em si mesmo, mas como uma forma de preparar-se, com responsabilidade, para a missão evangelizadora de sacerdote.
Os Anais da Propagação da Fé foram amplamente divulgados no Seminário de Chieri e no Colégio Eclesiástico de Tu-rim, porque o Pe. José Cafasso promovia ativamente a Obra de Propagação da Fé. As Memórias Biográficas contam que o seminarista Bosco lia avidamente os Anais, que narravam as lutas, os sofrimentos e as necessidades dos missionários para encorajar os fiéis a ajudá-los.7 Não é surpreendente, portanto, que, como seminarista, João Bosco tenha desenvolvido o desejo de ser missionário. Durante o processo de beatificação, o Cardeal Cagliero testemunhou ter ouvido várias vezes Dom Bosco afirmar que “sempre quis, como seminarista e como sacerdote, consagrar-se às missões”.8
Dom Bosco, com 26 anos, ficou horrorizado quando o Pe. José Cafasso o levou para visitar jovens nas quatro prisões de Turim. O choque fez com que tomasse a decisão de trabalhar para evitar que os jovens fossem parar à prisão. Foi então que adotou como lema pessoal “da mihi animas, caetera tolle”.9 Ainda a recuperar do choque, Dom Bosco encontrou-se com Bartolomeu Garelli na sacristia da igreja de São Francisco de Assis, no dia 8 de dezembro de 1841. Esse acontecimento marcou o início de sua opção de vida pelos meninos pobres e abandonados. Essa opção foi selada durante o famoso diálogo com a Marquesa Barolo, que o aconselhava a abandonar o trabalho com os meninos pobres e a concentrar-se na atividade de capelão do seu Refúgio: “A senhora tem dinheiro suficiente para contratar todos os padres de que necessita para o seu Instituto, mas meus pobres meninos não têm mais ninguém. Portanto, abrirei mão dos meus deveres habituais, para cuidar dos meus meninos abandonados. Agradeço-lhe a oferta, mas não posso abandonar o caminho que a Divina Providência me indicou.” A partir de 1841, durante os dez anos seguintes, graças ao seu zelo missionário, Dom Bosco fundou as primeiras obras para meninos pobres e abandonados.
No Oratório, incentivou o fervor missionário entre os seus meninos. Desafiou os seus melhores jovens a fazerem amizade com os menos bons e encorajou-os a visitar o Santíssimo Sacramento e a receber os Sacramentos. Já em 1848 ele falava aos seus rapazes sobre o envio de missionários para regiões distantes. Quando Turim foi atingida pela epidemia de cólera, em 1854, Dom Bosco enviou os seus melhores rapazes para ajudar as vítimas, não porque quisesse expô-los a riscos desnecessários, mas para lhes ensinar que deviam aprender a olhar para além da “zona de conforto” de Valdocco e ir ao encontro de quem sofre. Falou muitas vezes do seu desejo de evangelizar aqueles que não conheciam Cristo em África, na América e na Ásia.10 O sonho de Domingos Sávio de que o Papa Pio IX levasse a luz da fé à Inglaterra é uma indicação clara desse fervor missionário no Oratório. Em 1886, um ano e meio antes da sua morte, o quinto sonho missionário de Dom Bosco, em Barcelona, na noite de 9 e 10 de abril, começa com a renovação do Sonho dos Nove Anos, fechando o círculo da sua vida. De faCto, os seus sonhos missionários sobre as missões patagônicas (1872), a futura missão mundial da Congregação (1883), as missões sul-americanas (1884), os futuros desenvolvimentos missionários (1885) e as futuras presenças missionárias salesianas desde Valparaíso até Pequim (1886) são uma expressão do seu fervor e anseio missionário.
O seu zelo missionário, sem cedências em defender a fé dos seus meninos e das classes trabalhadoras pobres, levou-o a iniciar o seu apostolado na imprensa, publicando mais de 150 panfletos e livros. No dia 1 de março de 1853 publicou o primeiro número das Leituras Católicas. Ele imaginava-as como uma barreira contra as forças anticlericais, anticatólicas e antirreligiosas do seu tempo. Fundou os Salesianos a 18 de dezembro de 1859. Em 1861 abriu a Tipografia de San Francesco de Sales em Valdocco.
Em 1867, a invocação “Maria Auxiliadora, rogai por nós” substituiu “Sede da Sabedoria, rogai por nós” no Oratório. A igreja de Maria Auxiliadora foi consagrada a 9 de junho de 1868. Embora aos “Salesianos” ainda faltasse coesão associativa e organizacional e aprovação canônica, essa igreja representou um ato de fé e de coragem de Dom Bosco, que sua Congregação haveria de desenvolver.
No dia 18 de abril de 1869, Dom Bosco fundou a Associação dos Devotos de Maria Auxiliadora. Em 24 de abril de 1871, comprometeu-se oficialmente com os Salesianos para fundar um instituto feminino. Na mesma data escreveu à Madre Henriqueta Dominici, Superiora Geral das Irmãs de Santa Ana da Providência, convidando-a a cuidar da elaboração de uma Regra adequada ao instituto religioso feminino que pretendia fundar; embora somente no dia 5 de agosto de 1872 tenham sido oficialmente fundadas as Filhas de Maria Auxiliadora, com a profissão de Maria Domingas Mazzarello e de outras 10 companheiras.11
Desde o início da sua obra, Dom Bosco envolveu os leigos no seu compromisso apostólico. Em 1876, o regulamento referente aos leigos recebeu a aprovação da Igreja, constituindo-os como associação de católicos e católicas empenhados em tornar presente o espírito salesiano na sociedade, depois denominada “Salesianos Cooperadores”. Quando as necessidades materiais dos missionários se tornaram prementes, Dom Bosco pediu a ajuda dos Salesianos Cooperadores, “que responderam generosamente ao apelo, cada qual segundo as suas possibilidades”.12
Em 1877, Dom Bosco publicou o primeiro número do Boletim Salesiano, inicialmente” como meio de comunicação entre os Salesianos Cooperadores. Mas logo se desenvolveu como meio de dar a conhecer as iniciativas da Congregação e obter o apoio. Também se tornou um importante meio para sensibilizar e apoiar iniciativas missionárias na América do Sul. Assim, de de o início, Dom Bosco envolveu toda a Família Salesiana no seu compromisso missionário.
Assim, ao longo da vida de Dom Bosco, vemos crescer ondas cada vez maiores da sua paixão “pela salvação dos outros”. O seu coração ardia de zelo, fervor, entusiasmo e da “alegria de partilhar a experiência da plenitude da vida de Jesus”13, que o fazia “buscar as almas e servir apenas a Deus”.14 Tratava-se também de criatividade pastoral, de coragem e de disponibilidade para ser enviado aonde houvesse necessidade, expressa no “vou eu”, que o Pe. Alberto Caviglia considerava como o “lema salesiano”. Este espírito missionário inspirou a visão de Dom Bosco e as suas iniciativas pastorais. É o coração da caridade pastoral de Dom Bosco, que se manifesta no “coração oratoriano”, como expressão concreta do amor misericordioso e redentor do Bom Pastor. Tudo se resume no seu lema de vida: “Da mihi animas, caetera tolle”. Foi à luz desta verdade que o Pe. Luís Ricceri, sexto sucessor de Dom Bosco, insistiu no facto de que o espírito missionário não é apenas uma inclinação pessoal de Dom Bosco. É um “charisma fundationis”, parte íntima do carisma do fundador, tanto que as Constituições Salesianas consideram o trabalho missionário como uma característica essencial da Congregação Salesiana.15
A insistente necessidade de iniciar uma missão no exterior
O Pe. Ângelo Amadei recorda que “já em 1871 Dom Bosco havia pedido o parecer do Santo Padre para responder aos insistentes pedidos de novas fundações em Itália, Suíça, Índia, Argélia, Egito e Califórnia. O Papa respondeu: “Por ora, concentrem os vossos esforços em estabelecer firmemente a Congregação aqui em Itália. Quando chegar a hora de enviar os seus filhos para outros lugares, eu avisarei”. Assim, imediatamente após a aprovação formal da Sociedade Salesiana, o Santo Padre exortou-o a alargar o seu campo de atividade onde considerasse mais oportuno”.16
De facto, na sua correspondência, Dom Bosco expressou a sua alegria pela aprovação definitiva da Congregação pela Santa Sé, a 3 de abril de 1874. Mas também mostrou preocupação de que tal pudesse levar a um estilo de vida confortável para os membros da recém-aprovada Congregação. Assim, logo após a aprovação definitiva da Congregação, Dom Bosco sentiu a urgência de enviar os seus Salesianos “às missões”. Em 1875 abriu a sua primeira casa em Nice, França. Em 1881 abriu a escola para meninos pobres em Utrera, Espanha, seguida pela de Sarrià, em Barcelona, em 1884. O sétimo sucessor de Dom Bosco, o Pe. Egídio Viganò, refletiu o sentimento de urgência de Dom Bosco quando afirmou: “O compromisso missionário está a libertar-nos da perigosa tendência de uma vida suave e fácil, da superficialidade no campo espiritual e do genericismo”. A sua própria experiência missionária mostrou-lhe que “nas missões se sente o sabor das origens, se experimenta a validade perene do critério oratoriano, e parece rever Dom Bosco nos autênticos inícios da sua missão junto dos jovens e dos pobres”.17
Esse empreendimento missionário de Dom Bosco foi a manifestação máxima do seu espírito missionário. É digno de nota o que escreveu o Pe. Miguel Rua no Boletim Salesiano de janeiro de 1897: “O nosso querido pai, Dom Bosco, no zelo ardente que o consumia, gritou: Da mihi animas! Foi esta necessidade de salvar almas que fez com que o velho mundo lhe parecesse estreito e o levou a enviar os seus filhos para as missões distantes da América”.18
Com razão, o Pe. José Aubry observa que o compromisso missionário é “o início da verdadeira história de Dom Bosco” e uma manifestação viva da energia e do impulso do seu zelo pastoral e da sua caridade. Apesar de todas as suas limitações doutrinais e culturais, que refletem o contexto eclesial e cultural do seu tempo, o compromisso missionário de Dom Bosco é a expressão que evidencia o seu amor a Deus, a sua paixão pela maior glória de Deus, a sua sede de implantar o Reino de Deus a se esten- der até aos confins da terra e a sua caridade pastoral para ir ao encontro da miséria dos jo-vens da Patagónia que tocou o seu coração de bom pastor, da mesma forma que o comoveu a situação dos jovens abandonados de Turim. Em suma, o projeto missionário de Dom Bosco revela-nos a intensidade da sua caridade pastoral, como o coração de Jesus Bom Pastor. É a última grande onda do seu zelo missionário que surge da sua caridade pastoral resumida no seu lema: Da mihi animas!19
Portanto, a opção missionária de Dom Bosco foi a confluência de três fatores: em primeiro lugar, a realização do seu desejo pessoal, há muito cultivado, de “ir em missão”, expresso nos seus cinco “sonhos missionários”. Em segundo lugar, Dom Bosco acreditava que o compromisso missionário da sua recém-aprovada Congregação evitaria que os membros caíssem no perigo real de um estilo de vida suave e fácil. Acima de tudo, o compromisso missionário da sua Congregação é a expressão mais plena do seu carisma, resumido no seu lema e no da Congregação: Da Mihi animas, caetera tolle!
Conclusão
O compromisso missionário de Dom Bosco revela a intensidade da sua caridade pastoral, o seu zelo pelas almas, a sua paixão pela maior glória de Deus e a sua disponibilidade para a difusão do Reino de Deus, especialmente, entre os mais pobres. Foi o seu compromisso missionário que incentivou o desenvolvimento do seu carisma: a missão entre os jovens pobres e abandonados e a missão ad gentes. O trabalho pelos jovens, especialmente pelos pobres e abandonados, tanto nos campos como nas cidades, é uma expressão peculiar do espírito missionário de Dom Bosco. De facto, as missões estrangeiras não só marcaram o início da expansão da missão de Dom Bosco junto dos jovens de todo o mundo, mas foram também a oportunidade para desenvolver um novo método de evangelização através da educação. Os Salesianos e as Irmãs Salesianas enriqueceram o seu trabalho missionário com muitos elementos provenientes da sua experiência pastoral em escolas, oratórios e internatos na Europa, para incentivar a evangelização dos jovens em Buenos Aires e na Patagónia: teatro, canto coral, bandas musicais, jogos, etc. A natureza missionária torna-se assim “uma síntese que abrange toda a nossa missão”. “Desta forma, o espírito missionário tornou-se parte integrante de cada salesiano, porque está enraizado no próprio espírito Salesiano… É como o coração da caridade pastoral, o dom que caracteriza a vocação de cada um”.20
- Memórias Biográficas de São João Bosco (MB) XI, 30. ↩︎
- E. Ceria, Annali della Società Salesiana, I (Turim: SEI, 1941), 249 ↩︎
- A. Favale, Le Missioni Cattoliche nei Primordi della Congregazio ne Salesiana em P. Scotti, Missioni Salesiane. 1875-1975 (Roma: LAS, 1977), 17. ↩︎
- MB, II, 204-208 ↩︎
- J.E. Vecchi, “Levantai vossos Olhos e Vede os Campos que estão Brancos, prontos para a Colheita,” em ACG 362, n.2. ↩︎
- C. Socol, Don Bosco’s Missionary Call and China em Ricerche Storiche Salesiane vol. 49, n. 2 (2006): 230-233; F. Peraza Leal, Iniciación al Estudio de Don Bosco, III (Qui- to: CSRFC, 2014) 350-352. ↩︎
- MB, I, 238. ↩︎
- A. Favale, “Il Progetto Missiona- rio di Don Bosco e i Suoi Pre- supposti Storico-Dottrinali”, em Salesianum, vol. 38, n. 4 (1976), 8. ↩︎
- E. Ceria, Annali, I, 530 ↩︎
- MB VI, 795. ↩︎
- M.E. Posada, “Don Bosco Fon- datore dell’Istituto delle Figlie di Maria Ausiliatrice, in Dicastero Per La Famiglia Salesiana, Don Bosco Fondatore della Famiglia Salesiana. Atti del Simposio, 22- 26 gennaio 1989, a cura di M. Mi- dali, (Roma: SDB, 1989), 286-288;
G. Capetti, a cura di, Cronistoria, I (Rome: FMA, 1974), 303-304. ↩︎ - E. Ceria, Annali, I, 212. ↩︎
- P. Chávez, “Discurso do Reitor-Mor no encerramento do Capitulo Ge- ral 26,” in ACG 401, 137. ↩︎
- Const. 10. ↩︎
- Const. 30 ↩︎
- MB X, 532 ↩︎
- E. Viganò “O apelo do Papa em favor das Missões” in ACG, 336. ↩︎
- Bolletino Salesiano, janeiro de 1897. ↩︎
- J. Aubry, Rinnovare la Nostra Vita salesiana, I (Turim: LDC, 1981), 50-52. ↩︎
- J.E. Vecchi, “Levantai vossos Olhos” 7. ↩︎




