O quinto mandamento – “Não matarás” – parece óbvio. “Matar” parece uma realidade longe de nós e que não nos passa pela cabeça quando a vemos como o ato físico de tirar a vida de alguém. No entanto “matar” vai muito além disso.
Deus é o autor da vida e, por isso, cada pessoa, mesmo frágil ou diferente, tem um valor infinito. Respeitar este mandamento é dizer “sim” à vida em cada escolha: quando evitamos palavras que ferem, quando resistimos à violência, quando cuidamos de quem sofre. Este mandamento é então um apelo a proteger, a cuidar e a promover a vida em todas as suas formas, em todas as suas fases e em todas as suas condições: desde o seu natural início no ventre materno até ao seu fim natural.
A cultura atual nem sempre valoriza a vida: banaliza-se o aborto, justifica-se a eutanásia, aceita-se a exclusão, nega-se a sacralidade de cada vida humana… gritar, neste mundo, “Não matarás!” é remar contra a atual “corrente cultural de morte” (João Paulo II) e sermos construtores de uma sociedade de paz e comunhão.
Jesus elevou este mandamento da dimensão física à profundidade do coração humano: “Quem se irritar contra o seu irmão será réu perante o tribunal” (cf. Mt 5,21-22). Mata-se também com o desprezo, a indiferença ou a falta de compaixão; e, por contraste, “salva-se” e protege-se a vida a partir do amor, do perdão, da bondade, do cuidado dos mais frágeis, da valorização de cada pessoa com tudo o que tem e é.
Viver o quinto mandamento é, então, escolher todos os dias ser guardião da vida, onde quer que ela pulse!
Ilustração: “A Menina Doente”, Edvard Munch (1863-1944)/CC
Publicado no Boletim Salesiano n.º 611 de setembro/outubro de 2025
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