CG29: “Foram todos eleitos para servir”

CG29: “Foram todos eleitos para servir”

Entrevista ao sacerdote salesiano António Marcelino sobre o Capítulo Geral 29 para o Boletim Salesiano.

Chegou ao fim o CG29. Quer comentar algum acontecimento de que mais tenha gostado?

Fiquei muito emocionado quando soube que o primeiro acto público do novo Reitor-Mor foi para visitar uma prisão. Recordou que foi neste ambiente que D. Bosco “sonhou” o carisma salesiano. Nas suas memórias, D. Bosco escreveu: “Quem sabe se estes jovens prisioneiros tivessem um amigo lá fora que cuidasse deles, os ajudasse e os instruísse (…), quem sabe se eles não se manteriam longe do mal ou, pelo menos, reduzir o número dos que regressam à prisão?” Os jovens continuam a precisar de “vozes amigas” que lhes falem ao ouvido e ao coração.

Pode apontar alguma decisão, tomada pelos Capitulares, que lhe pareça relevante?

Mais do que relevante. Fez-se história. O Capítulo Geral decidiu que, doravante, qualquer salesiano (sacerdote ou leigo) pode assumir o cargo de Diretor de uma comunidade religiosa. É um acontecimento histórico para os Filhos de D. Bosco que, até agora, só permitiam aos sacerdotes essa faculdade.

O Reitor-Mor e o seu Conselho acabaram de ser eleitos. Que lhe sugerem os nomes, os cargos e os mandatos?

Mais do que os nomes, eu evidenciaria o processo de “eleição”. Repare, quando elegemos um primeiro-ministro, é ele que, depois, vai convidar, escolher ou nomear todos aqueles que vão colaborar consigo. As coisas dos homens são assim. Dizem que às vezes até pode haver “cunhas” e amizades. Na gestão das coisas de Deus – e a nossa Congregação é uma Obra de Deus – não há escolhidos por serem amigos. Foram todos eleitos para servir. Isto faz-me pensar…

Leia também  Susana Soares: “Ainda há tanta coisa que a Ciência desconhece e não sabe explicar”

Quer dar, através das páginas do Boletim Salesiano, alguma sugestão pertinente, como salesiano consagrado, ao novo Conselho Geral?

Mais do que ao novo Conselho, eu sugeria que o novo Reitor-Mor pudesse visitar a Ilha da Madeira onde os salesianos chegaram há 75 anos. É uma ilha das periferias do mundo, perdida no meio do oceano, mas onde os Filhos de D. Bosco são muito queridos e estimados e nunca tiveram uma visita do Sucessor de D. Bosco. Se já tivemos a visita de um Papa (S. João Paulo II), parece-me legítimo aspirar a uma presença do sucessor de D. Bosco.

Publicado no Boletim Salesiano n.º 609 de maio/junho de 2025

Torne-se assinante do Boletim Salesiano. Preencha o formulário neste site e receba gratuitamente o Boletim Salesiano em sua casa.

Faça o seu donativo. Siga as instruções disponíveis aqui.

Artigos Relacionados