
Vera Grita nasceu, em 1923, e foi a segunda de quatro irmãs. Viveu em Savona, onde completou os seus estudos e se formou como professora. A sua vida foi marcada por um acontecimento trágico que mudou, para sempres, o rumo da sua existência. Em 1944, durante uma incursão aérea sobre a cidade, no contexto da II Guerra Mundial, Vera foi arrebatada por uma explosão e, em seguida, abalroada pela multidão em fuga, o que lhe causou graves sequelas físicas, que a acompanharam até ao fim da sua vida.
Apesar das dificuldades, Vera viveu, sempre uma vida simples, dedicada ao ensino nas escolas do interior da Ligúria, em Itália, onde cativou todos ao seu redor com a sua bondade, amabilidade e capacidade de acolhimento. Embora a sua vida tenha sido discreta e marcada por uma doença que a acompanhou até ao fim, Vera deixou uma profunda marca no coração das pessoas que a conheceram.
Em Savona, Vera integrava a Paróquia Salesiana de Maria Auxiliadora, onde participava assiduamente na Eucaristia e no Sacramento da Penitência. Em 1967, aos 44 anos, fez a sua promessa como Salesiana Cooperadora, vivendo de forma plena este chamamento, que se manifestava de forma profunda e extraordinária. Sentia no seu coração, através da “Voz” e da “Palavra”, um chamamento divino para comunicar a Obra dos Tabernáculos Viventes, um projeto de vida que reservava no silêncio do seu coração, submetendo todos os seus escritos ao seu diretor espiritual, o Pe. Gabriello Zucconi, sdb.
Vera Grita dedicou a sua vida ao ensino e à educação, não só ajudando os seus alunos nas dificuldades da vida familiar, mas, também, testemunhando uma vida de pobreza evangélica. A sua existência foi marcada pela generosidade heroica, pelo sofrimento físico aceite com paciência e pela profunda união com Cristo, especialmente, através da Eucaristia. Vera foi um exemplo de fidelidade e entrega, oferecendo a sua dor como um sacrifício de amor a Deus.
Faleceu no dia 22 de dezembro de 1969, com apenas 46 anos, depois de passar os últimos seis meses da sua vida num hospital, onde a sua condição física se foi deteriorando progressivamente. Nos seus últimos momentos, Vera viveu o seu sofrimento em união com o Cristo Crucificado, oferecendo a sua dor como uma expressão de amor e de entrega.
O Pe. G. Barra, sdb, o seu primeiro biógrafo, descreveu Vera como uma alma carismática, cuja vida e mensagens enriqueceram a Igreja, alimentando o amor a Deus e a Jesus Eucaristia. A sua vida, repleta de paciência, sacrifício e constância no bem, testemunhou o poder da fé viva e da dedicação incondicional à obra de Deus.
O processo de Beatificação de Vera Grita foi iniciado em 2019, com a apresentação do Supplex libellus, e o Processo Diocesano foi oficialmente aberto em abril de 2022. A sua vida de fé, sofrimento e de entrega continua a inspirar aqueles que, como ela, buscam viver o Evangelho de maneira plena e generosa.