Quando uma temática é nova e impactante, é comum que surjam mitos, geralmente associados à falta de conhecimento e ao receio do desconhecido. A Inteligência Artificial Generativa, aqui designada por IA, não foge a essa regra, abrindo-se assim espaço para interpretações erradas, boatos e exageros. Debrucemo-nos sobre alguns dos mitos associados à IA, deixando de parte o mito sobre se a IA irá acabar com todos os empregos, indiretamente abordado no artigo da revista anterior.
MITO: a IA pensa como um ser humano. Os programas de IA não têm emoções, intuição, consciência, julgamento moral, criatividade espontânea ou bom senso. Apenas seguem instruções e aprendem com os dados a que têm acesso. A IA pode parecer “inteligente” porque funciona com base em processos que analisam grandes quantidades de dados para encontrar padrões e fazer previsões. Um papagaio que repete palavras pode soar “inteligente”, mas não entende os sons que transmite.
MITO: a IA entende o que falamos. Assistentes de voz como a Siri, da Apple, são cada vez mais usados, adaptando-se ao utilizador com base nas suas pesquisas e preferências. A IA interpreta palavras e padrões estatísticos e responde com base no que foi programada para fazer, mas sem compreensão do contexto.
MITO: a IA é perigosa e irá revoltar-se contra os humanos. Este é um dos mais populares, especialmente devido aos filmes de ficção científica. Mas os riscos da IA são muito diferentes e ligados ao comportamento humano, como seja no seu uso em fraude ou manipulação de informação. A IA não “decide” fazer o mal, apenas executa o que foi programada para fazer com os dados que recebeu. Se esses dados forem tendenciosos ou mal utilizados, os resultados podem ser problemáticos. Mas a responsabilidade é sempre humana.MITO: a IA é uma moda passageira. Este é um mito que ignora o quanto esta tecnologia está já presente na vida moderna; profundamente integrada no nosso dia a dia, a IA continuará a evoluir e a expandir-se, como aconteceu com o telefone, a televisão ou a internet. A IA veio para ficar e é imprescindível aprender a conviver com esta realidade.

Ilustração: imagem gerada por Inteligência Artificial
* José Miguel Sousa, Diretor-Geral da DTIM – Associação Regional para o Desenvolvimento das Tecnologias de Informação na Madeira
Publicado no Boletim Salesiano n.º 610 de julho/agosto de 2025
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