Peru: Colégio salesiano contribui para o desenvolvimento local de Monte Salvado, Cusco

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A escola, criada em 1983, tem um acordo com o Ministério da Educação e contribui para o progresso cultural e económico do vale de Monte Salvado.

Cusco, antiga capital do império Inca, a 3.300 metros acima do nível do mar, abriga uma escola salesiana com um milhar de alunos, com uma procura 50 vezes superior às vagas disponíveis. Cusco é também a cidade mais próxima de outra obra salesiana muito especial: o Colégio Experimental Agropecuário de Monte Salvado.

Localiza-se numa zona remota onde a serra dá lugar à mata, nas montanhas, mas a uma altitude de apenas 1.100 metros e está perto de um rio. É uma grande escola situada no centro de uma propriedade de cerca de 80 hectares de terra, nem todos cultivados porque algumas áreas estendem-se por encostas muito íngremes.

A escola, criada em 1983, tem um acordo com o Ministério da Educação e contribui para o progresso cultural e económico do vale de Monte Salvado. Os 200 alunos da escola são camponeses, filhos de agricultores pobres que vivem isolados, e é a única escola secundária da região. Para facilitar a frequência da escola, metade dos alunos vive nos dois internatos anexos à escola.

Entre os alunos respira-se um verdadeiro clima de família. Vivem em contacto com a natureza, os animais, aprendem a transformar os produtos da terra, a conjugar os valores da paciência com os da dedicação contínua, e veem os resultados do próprio trabalho. Laranjais, plantações de café e cacau, galinhas, coelhos, porcos…, é este o ambiente maravilhoso em que estudam.

A escola recebeu a certificação internacional ECOCERT como “Produtor 100% Orgânico e de Comércio Justo”, categoria que permite comercializar os seus produtos a nível mundial.

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Não faltam desafios para os salesianos que gerem a obra: o primeiro é o educativo, porque não é fácil recrutar professores que aceitem renunciar ao conforto da cidade. O segundo é económico, as famílias dos alunos são muito pobres e não podem suportar as despesas de educação nem de internato. Por este motivo, e apesar das grandes distâncias que é necessário percorrer, a escola vende animais e produtos da terra nos centros urbanos. Por último, o desafio tecnológico, a escola, devido ao isolamento não tem abastecimento elétrico. E mesmo a pequena central hidroelétrica construída pelos salesianos, e que usa as águas de um riacho vizinho, está sujeita às chuvas e às secas.

Publicado no Boletim Salesiano n.º 578 de Janeiro/Fevereiro de 2020

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