Camboja: Ao serviço da juventude

Roberto Panetto, salesiano coadjutor, é missionário no Camboja. “Dom Bosco joga ao lado dos jovens,
desafiando-os a escolher, simultaneamente, uma vida de trabalho e de estudo, e a não se contentarem com a vida fácil”.

Roberto Panetto é um salesiano coadjutor, natural de Turim, atualmente ecónomo da delegação do Camboja, pertencente à Província Salesiana que inclui as presenças da Tailândia, do Laos e do Camboja. Como parte do trabalho do ecónomo, é também responsável pelo gabinete de planeamento e projetos para a nossa missão no Camboja. A viver na cidade costeira de Sihanoukville, 230 km a sul da capital, Phnom Penh, acompanha o trabalho dos departamentos técnicos da Escola Técnica e Hoteleira Dom Bosco. 

Sobre as crianças e os jovens cambojanos diz que são alegres e que gostam de aprender. “São-lhes oferecidas tanto a triste história dos seus pais, a maioria dos quais viveu a sua juventude sob o regime genocida do Khmer Vermelho, como as mais recentes técnicas de comunicação”, reflete, “É uma mudança de geração vertiginosa e, em alguns aspetos, chocante”, diz o salesiano. “Não receberam uma educação sólida dos seus pais, o suborno está ao alcance de todos e começa desde os primeiros anos de escola a ser uma prática normal para passar no exame”.

O educador tem a delicada tarefa de encorajar “a remar contra a maré”. E, na idade adulta, a convencer a seguir o caminho da formação e não o do lucro imediato e fácil. 

“Dom Bosco joga ao seu lado desafiando-os a escolher, simultaneamente, uma vida de trabalho e de estudo, e a não se contentarem com a vida fácil que quase todos fazem”, explica Roberto Panetto. 

No Camboja existem sete obras salesianas: a Escola Técnica Dom Bosco, em Phnom Penh, com cerca de 500 alunos, com departamentos de mecânica, electromecânica, eletrónica, soldadura, informática e gráfica.  Anexo à escola encontra-se um albergue para cerca de 60 estudantes do sexo feminino. 

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A segunda escola está localizada na cidade costeira de Sihanoukville, que oferece aos jovens preparação para o trabalho nos ramos técnicos mais procurados da mecânica, eletromecânica, soldadura, mecânica-auto e escola hoteleira. 

Outras duas escolas estão localizadas em Battambang, 300 km a norte da capital Phnom Penh. Uma escola visa formar cerca de 60 jovens em agricultura, tanto como escola agrícola como escola agro-mecânica para a reparação de veículos utilizados na agricultura no Camboja. Também inclui educação básica, desde o jardim de infância até ao 12.º ano, a mais de 800 alunos. 

A dois quilómetros da fronteira do Camboja com a Tailândia, na cidade de Poipet, outra escola salesiana oferece o currículo escolar obrigatório e, nos últimos três anos, orientação técnica integrada para o 10.º, 11.º e 12.º ano. Esta escola acolhe um grande número de crianças trabalhadoras, intervindo e evitando várias situações de perigo de exploração e abuso a que estão expostas em trabalhos ligados ao contrabando transfronteiriço. 

Na cidade marítima de Kep, um dos lugares preferidos dos franceses durante o período colonial (1850-1950), os Salesianos têm uma escola com vista para o mar. Esta escola oferece cursos de secretariado, comunicação social, informática e eletromecânica a 500 alunos. Ao lado encontram-se instalações para rapazes e raparigas, com mais de 10 anos de idade, provenientes de famílias muito pobres das aldeias locais.  

Uma das maravilhas do mundo é Angkor Wat, na cidade de Siem Reap, a 350 km a norte da capital Phnom Penh. No centro da cidade, na margem do ribeiro que atravessa a cidade. Aí localiza-se a hospedaria Don Bosco & Vary Guesthouse. Uma benfeitora cambojana ofereceu a sua propriedade e também a sua presença para supervisionar o funcionamento desta instalação. 

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“Por agora é apenas um sonho, – diz o salesiano – mas um dia poderá tornar-se realidade com uma escola ao serviço da juventude da zona”.

Texto adaptado de Boletim Salesiano Itália.

Publicado no Boletim Salesiano n.º 595 de novembro/dezembro de 2022

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